21/10/2007

Primeiro contato

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar o meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama

que possa dizer a mim mesmo do amor (que tive):
que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes



Na última estrofe do soneto anterior, o poeta compara o amor (ou a paixão) com uma chama que algum dia vai se extinguir e que, portanto, não é imortal; porém, enquanto esa chama permanecer acesa, ou seja, enquanto durar o amor, ele não deverá ter limites na sua intensidade.
Mutatis mutando, acho que toda tarefa, por pequena que ela seja, deve ser feita com zelo.

Um comentário:

Sol disse...

Ana: muy lindo tu blog!. Me encantan los colores y el material que incluiste me pareció muy interesante. Lo voy a agendar para visitarlo con asiduidad.
Cariños,
Soledad